Histórico

A Rede dos Fazedores de Arte na Atenção Psicossocial nasce em 2012 como um espaço de interlocução entre profissionais dos equipamentos públicos de atenção psicossocial, como CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), CECCO’s (Centro de Convivência e Cooperativa) e APD’s (Programa Acompanhante da Pessoa com Deficiência Intelectual) que atuam a partir de dispositivos artísticos . A interlocução entre produção artística e produção de saúde é uma prática antiga, a ponto de , atualmente, os CAPS contarem com uma categoria de profissionais que tem como especialização alguma linguagem artística: os oficineiros. O espaço dedicado aos oficineiros dentro da Política Nacional de Saúde é uma conseqüência histórica das muitas criações estéticas que sempre compuseram a atenção psicossocial.
Assim, quando falamos de Rede pensamos num espaço de interlocução, uma ferramenta de articulação realizada em duas frentes principais. Por um lado, a Rede dos Fazedores de Arte busca ser propositiva (utilizar a composição de nossas práticas, experiências e equipamentos como dispositivo, criando eventos e acontecimentos que empoderem essa forma de produção da saúde pública); por outro lado, a Rede dos Fazedores de Arte busca ser um espaço de troca de experiências, saberes e dificuldades, teorização e problematização de nossas práticas cotidianas – uma rede quente de produção de pensamento em torno da articulação entre arte e saúde.
A Rede dos Fazedores de Arte na Atenção Psicossocial é um espaço de interlocução entre profissionais que realizam seu cotidiano desta forma. Ela representa determinada forma de produção de saúde e cuidado, praticada por diversas categorias: psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e educadores físicos. A criação artística como aposta ética, estética e política nas práticas de produção em saúde e subjetividades.
Com o primeiro encontro realizado em outubro de 2012, a Rede passou a se reunir toda última terça-feira de cada mês, sempre em um equipamento diferente. Com um ano e meio de vida, as reuniões da Rede dos Fazedores de Arte já aconteceram em diversas regiões de São Paulo. Este intercâmbio de experiência in locu é um de seus objetivos, tornando mais visíveis as realidades singulares de equipamentos e territórios que compõem o universo da atenção psicossocial.


O que nos mobiliza é uma postura ética e política que compreende saúde não como ausência de doença, mas sim produção e afirmação da vida e seus diversos modos expressivos de existência; assim como a presença afirmativa dos oficineiros artistas que legitimam no cotidiano dos serviços o olhar para a integralidade dos indivíduos. Centrados nas relações e não em diagnósticos, construímos em parceria com as diversas especialidades, usuários e familiares uma Clínica Ampliada da Arte.

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